Apartamento Compacto é a nova moda em imóveis
O compacto está na moda. Pequenos, mas cheios de charme e personalidade, apartamentos de luxo em versão reduzida ganham a cena das grandes cidades. No cíclico e previsível mercado imobiliário, depois das salas comerciais, agora as construtoras apostam nos apartamentos de um e dois dormitórios em regiões nobres. Os imóveis possuem os opcionais de uma versão de luxo e embutem esses diferenciais no preço.
Segundo incorporadoras e empresas de vendas, o preço do metro quadrado desse tipo de produto oscila entre R$ 7 mil e R$ 11 mil. O que significa dizer que um apartamento do mesmo tamanho ou até menor que o popular Minha Casa, Minha Vida chega a custar, em média, até R$ 500 mil. Sendo que Itaim, Vila Olímpia, Jardins, Vila Madalena e Pinheiros são os bairros que começam a abrigar os “compactos”.
O público é de casais recém-casados, jovens solteiros e pessoas descasadas que querem morar e trabalhar no mesmo lugar, estando a alguns passos de distância de restaurantes badalados “São pessoas que abrem mão de espaço para estar em uma localização melhor, é o que sempre aconteceu nas grandes metrópoles”, diz João Azevedo, diretor de incorporações da Even.
Para aproveitar a demanda, a empresa está readaptando seu banco de terrenos: iria lançar apartamentos de mais de 200 m². Chegou a mudar os projetos que já estavam em aprovação na prefeitura. Trocou um lançamento de 250 m² por apartamentos de 45 e 60 m² no Campo Belo e vendeu tudo em uma semana. Já tratou de fazer o mesmo em um outro terreno.
A dificuldade em comprar e conseguir formar terrenos e depois de aprovar na prefeitura é o principal desafio para montar esse tipo de produto. “Como é muito difícil conseguir terrenos em locais nobres, para fechar a conta, o preço de venda precisa ser muito alto”, afirma Roberto Coelho da Fonseca, da imobiliária Coelho da Fonseca. A participação de apartamentos de 50 m² nas vendas da imobiliária subiram de 20% em 2005 e 50% este ano.
Além disso, mais da metade dos compradores são investidores, mas não com o perfil clássico, tanto que muitos financiam o imóvel e pretendem pagar as prestações com o aluguel. “A lei do inquilinato ajudou muito a deslanchar esse mercado”, afirma Fábio Soltau, investidor da imobiliária Fernandez Mera.
Os empreendimentos, em geral, são residenciais com serviços, ou seja, acabam por ser uma releitura dos flats (febre dos anos 90), mas sem a bandeira de um hotel na frente, já que o flat não tinha rentabilidade por conta do custo operacional, sendo então tais imóveis uma reinvenção melhorada dos flats.
No primeiro semestre, foram lançadas 1632 unidades de apenas um dormitório em São Paulo, 371% acima do mesmo período do ano passado, segundo o Secovi. (Fonte: Valor Econômico)